segunda-feira, 11 de abril de 2011

Álvaro de Campos




"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r-r-r-r eterno. Forte espasmo retido nos maquinismos em fúria!"



Viajante e engenheiro naval, Campos é conhecido como: o filho indisciplinado da sensação. Para ele as sensações são tudo. Sente uma grande necessidade de integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir. Procura a totalização das sensações conforme as sente:

- "Sentir tudo de todas as maneiras."
Este poema em especial é prova da modernidade e do sensacionalismo de Campos, pois remete-nos para sensações de luz, de fábricas e de movimentos.



Na nossa composição quisemos transparecer todas essas sensações vibrantes das fábricas e da modernidade. Assim, decidimos fazer duas rodas que representassem as engrenagens. Uma delas foi feita com as 24 linhas a preenche-la, e a segunda foi feita em forma de espiral, apenas com"r-r-r-r-r-r-r-eterno-r-r-r-r-r-"e unida à primeira roda.


Depois, com as restantes palavras, decidimos colocá-las soltas e trabalhar cada uma delas, para que cada uma tivesse um significado.

A palavra FORTE foi composta em negrito e com letras grandes que passassem a ideia de força e grandiosidade.

A palavra ESPASMO pretende dar a ideia de uma contracção, por isso as letras ficaram desalinhadas e contraídas.

RETIDO encontra-se dentro de uma caixa, para dar a ideia de algo que está preso, neste caso dentro da caixa.

De salientar a palavra FÚRIA, que quisemos que fosse um dos pontos mais fulcrais da composição. Fúria foi assim composta com uma letra grande, bicuda e preta, e o I foi virado ao contrário formando um ponto de exclamação que funciona como um grito furioso no meio de toda a composição.

Sem comentários:

Enviar um comentário